Mas estas não são umas células quaisquer: as células estaminais hematopoiéticas, uma espécie de supercélulas indiferenciadas, têm a capacidade de se diferenciar em vários tipos celulares, de se renovar e dividir indefinidamente. É devido a estas excepcionais características que são tão importantes na terapia de várias doenças hemato-oncológicas, como leucemias e linfomas, entre outras.
Por outro lado, demonstram igualmente capacidade na regeneração dos tecidos, o que, no futuro, poderá aumentar a sua aplicabilidade noutro tipo de doenças, como as doenças ósseas e cardíacas. Actualmente, o período de armazenamento é de 20 anos, havendo a possibilidade de prolongar este período se a qualidade da amostra assim o permitir.
Da Colheita ao Armazenamento
O processo de colheita ocorre no momento do parto (com um kit específico que terá de ser previamente comprado) imediatamente após o corte do cordão umbilical. Isto significa que nem a mãe nem o bebé serão postos em perigo e nenhum dos dois sentirá qualquer tipo de dor.
O responsável pela colheita é um elemento da equipa médica presente no parto. A partir daqui, a empresa (banco privado) escolhida pelos pais deverá ser alertada para efectuar a recolha, o transporte em tempo útil até ao laboratório e, posteriormente, proceder à criopreservação da amostra de SCU.
Outras Esperanças
Estas células não se encontram, contudo, apenas no SCU, existindo igualmente na medula óssea.
No caso de um indivíduo necessitar delas para a terapia de uma leucemia, por exemplo, é possível recorrer ao banco mundial de medula óssea. Manuel Abecasis, director da Unidade de Transplantação de Medula Óssea do Instituto Português de Oncologia (IPO) de Lisboa, refere que o banco conta com cerca de 12 milhões de dadores voluntários.
Salvar Vidas
Contudo, o SCU de uma criança poderá ajudar a salvar a vida de um familiar, como um irmão.
As células estaminais hematopoiéticas do SCU têm vantagens em relação às da medula óssea dos adultos: são mais jovens, mais resistentes, têm maior capacidade de regeneração, de multiplicação (dez vezes superior às da medula óssea), apresentam índices mais elevados de compatibilidade entre dador e receptor e uma menor incidência de rejeição do transplante, quando usadas no repovoamento de medula óssea de doentes após quimioterapia e/ou radioterapia.
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